terça-feira, 15 de abril de 2014

Existo!





Silêncio é um pensar que sufoca, que me recolhe em um abraço do qual, desejo muito desvencilhar-me.

Tenho andado um pouco ausente de mim mesma, do meu divã pessoal e isto por estar especialmente melancólica. Em momentos assim sinto-me fragilizada, em lágrimas incontidas e tirar o foco até que melhore, é uma estratégia de sobrevivência. Então espero! Dentro em pouco meu coração sossegado ficará e eu, mais consciente de que a dor e os momentos ruins, vem e vão na mesma leveza, embora sinta um peso a subjugar-me.

Sabe que pensamentos me perseguem a dias? DIVÓRCIO!!!! Gostaria de divorciar-me desta pessoa que "estou" hoje nesta minha vida torta. Se fim de ano para alguns é um alívio de dever cumprido, para outros, aqui me incluo, é um olhar hostil para o que passou, para o que não foi realizado ou mudado e a possibilidade ímpar, de que se repita de novo, as mesmas velhas coisas.

Adoraria mudar todos os sentidos. Mudar de casa, mudar de cidade, mudar de país, mudar de vida, mudar de corpo. Mudar de alma? Adoraria tornar-me outro personagem de um novo enredo, entretanto, habilidosa para breves textos, uma longa narrativa me escapa. Fato é que termino um ano insatisfeita, e embora tente um olhar mais otimista, minha retina viciada rejeita novas imagens. Não delongarei, prometo-me. Todo fim de ano é assim! Em 2003 mudei algumas coisas e dez anos na escassez natural de uma despensa que não se repõe sozinha, necessito urgentemente mudar e isto é muito maior, do que mero instinto de sobrevivência.


Alguns abraços, deveriam converter-se em um mero aperto de mãos.

7 comentários:

  1. Comentário de SilêncioVozdaAlma.Poesia em 3 janeiro 2013 às 20:42
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    intensa sua escrita...sempre gostei muito de te ler
    um relato de uma alma cansada e que quer mudanças

    ResponderExcluir
  2. Comentário de selda moreira kalil em 3 janeiro 2013 às 22:43
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Seu texto é intenso,um desabafo real,verdadeiro e comovente. Afff amiga poetisa,espero que sua luz se acenda o mais rápido e que encontre dentro de tí tudo aquilo que a incomoda. Sei que sua fortaleza é bem maior que seus problemas,então levante-se e não olhe para trás.
    Só posso desejar que Deus te ilumine,te guie e te guarde para todo e sempre.

    Meu carinho e um forte abraço

    ResponderExcluir
  3. Comentário de fabio leonardo lucas garcia em 4 janeiro 2013 às 8:16
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Fiz um pacto com meus olhos
    E uma promessa ao meu coração
    Não ver mais por onde tu andas
    E nem sofrer mais de paixão
    (faça também)
    .

    ResponderExcluir
  4. Comentário de maria jose em 4 janeiro 2013 às 9:11
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Um belo texto,as vezes temos que provar a nos mesma que existimos.
    Concordo com você tem certos abraços que deveria ser somente um aperto de mão.

    beijinhos

    maria josé

    ResponderExcluir
  5. Comentário de Márcia Fernandes Vilarinho Lopes em 4 janeiro 2013 às 10:02
    (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Clareza e firmeza nas reflexões postas por genuína poeta. Lindo e verdadeiro! Beijos

    ResponderExcluir
  6. . Comentário de Vitalina de Assis em 4 janeiro 2013 às 10:41 (Transcrito da minha página, na Casa da Poesia que foi desativada.)

    Queridos amigos: Maria José, Fábio, Su, Selda, Amartvida e Maria de Fátima.

    Seria mágico e de muito bom tom, se abaixo de cada comentário que muito me honra e me faz feliz, pudesse eu, em um diálogo pessoal interagir com cada um de vocês, no exato momento da fala. . Nosso amigo Renato, deveria ver a possibilidade de se implantar isto em nossa gratificante casa, seria o máximo! Não sendo possível por hora, falo com todos. Escrever para mim é como bem definiu João Cabral de Melo Neto:

    "Escrever é estar no extremo de si mesmo, e quem está assim se exercendo nessa nudez, a mais nua que há, tem pudor de que outros vejam o que deve haver de esgar, de tiques, de gestos falhos, de pouco espetacular na torta visão de uma alma no pleno estertor de criar."

    Faço porém uma pequena ressalva: falta-me pudor quando transito pelas vielas sombrias da minha alma. Se não me persigo entre elas, me perco de mim mesma. Somente desta forma transgrido e pago meu resgate, recupero minha liberdade, ainda que, provisoriamente, pois liberdade, mesmo tardia, é apenas o lugar mais distante, ou talvez o último despir de minhas reservas.

    Despir-se é ficar mais leve. Tiro a roupa e visto asas.

    Beijos, agradecida a todos.
    Vi.

    ResponderExcluir
  7. Comentário de Vitalina de Assis em 7 janeiro 2013 às 15:58 (Infeliz Béa retirou seu comentário, mas segue o meu em resposta). Foi muito importante para mim sua inferência.)


    Queridíssima Bea.

    Há momentos em que a vida nos coloca literalmente contra a parede e aí, ou a peitamos de frente ou continuamos vivendo os dias com uma insatisfação crescente. Em outros momentos e talvez por este esteja eu aguardando, a vida nos toma pelas mãos e nos coloca gentilmente no novo caminho. Como você disse, nada acontece ao nosso redor que não tenha sido elaborado interiormente. Mudanças só ocorrem de dentro para fora, nunca o contrário e não são tão fáceis de ocorrer e muito menos indolores.

    Fico feliz que a sua vida tenha dado uma cambalhota e pelas coisas boas que estão acontecendo--lhe, pela felicidade presente no seu caminho e se dificuldades surgirem, estarão amparadas no bem estar da sua alma e isto é o que importa.

    Minha alma anda meio insatisfeita e eu preocupadíssima com ela, entretanto meus braços começam a descruzar-se e minhas mãos e pés anseiam por algo novo para reter e uma nova rota para caminhar. Não fui capaz de escrever um parágrafo sequer de boas vindas ao novo ano e após uma semana, ainda não me atrevo, embora meu coração bata no compasso de dias melhores estão por vir. Quando escrevemos é um “tratado” e para que seja efetivo, tem que ser resultante da convergência da vontade de dois ou mais sujeitos , e como nada em mim ainda está consolidado e minhas vontades, sem a força da lei “eu quero e pronto”, calei-me;

    “Viver frustrada é castigo” e se castigo é “uma sanção usada para reprimir uma conduta incorreta”, indago-me agora: - Que conduta errada tenho praticado? “Algumas" respostas me vem à mente , mas vou ater-me ao que considero mais grave e digno de punição , pois neste universo de Deus, no meu entender, é a única força capaz de subjugar-nos . Refiro-me ao "postergar" - compreendo que tenho algo para fazer ou realizar em tempos e datas específicas e que estou sempre deixando para um "amanhã " que sei, não se converterá no hoje, se eu assim não determinar com pulso. Os dias vão passando e eu tentando justificar o injustificável.

    Tracei algumas metas simples:

    1) Terminar um relacionamento sem futuro algum e do qual estou extremamente cansada
    2) Finalmente fazer a minha pós e matricular-me em um curso de inglês
    3) Publicar meu livro

    Todas estas metas giram externamente, e internamente que metas possuo?

    1) Cultivar o dom da alegria, permitir que a mesma me possua em pequenas e grandes doses, sem esperar por grandes acontecimentos para que se evidencie. Alegria e seu universo peculiar é uma questão de escolha.
    2) Buscar bons pensamentos e expulsar os maus. Não ameaçar o meu cachorro sempre que fizer xixi no tapete do banheiro. Seja tolerante, afinal não quer que ele faça no vaso sanitário, não é mesmo?
    3) Ao dormir e levantar, além de agradecer por mais uma oportunidade, deixar congelar por alguns segundos um sorriso ... mensagem positiva para o meu cérebro, continuo e sou feliz!


    O que já fiz?

    1) Rompi com o relacionamento, disse que não quero mais.
    2) Marquei a entrevista na faculdade para a matrícula.
    3) Já entrei em contato com uma editora.

    Objetivei iniciar o ano por outros caminhos o que, consequentemente, me dará novos resultados.

    Beijos Béa e obrigada por seu relato que foi extremamente importante para que eu elaborasse enfim, um Tratado. Estamos em concordância, meu eu interior e meu eu exterior. Assinamos.
    Vi.

    ResponderExcluir

Seu comentário muito me honra. Sinta-se em casa.

Agradecida,

Vitalina de Assis.